Setembro Amarelo: A luta pela prevenção do suicídio no Brasil e no mundo

O suicídio é uma das principais causas de morte no mundo, representando mais de 700 mil vidas perdidas anualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, esse número gira em torno de 14 mil casos por ano, o que equivale a 38 mortes diárias. O impacto é ainda mais alarmante quando consideramos que a maioria dos casos poderia ser evitada com tratamento adequado e apoio psicológico.

O cenário global e brasileiro

Globalmente, o suicídio mata mais do que doenças como HIV, malária, e até mesmo câncer de mama. É um problema de saúde pública que afeta todas as faixas etárias, mas destaca-se o crescimento entre jovens e adolescentes. Segundo o relatório da OMS, cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, como depressão e ansiedade, muitas vezes agravados por estigmas em torno da saúde mental.

No Brasil, a campanha Setembro Amarelo, iniciada em 2015, visa aumentar a conscientização sobre o suicídio. A campanha é promovida pela Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). No entanto, o número de casos tem crescido, especialmente entre adolescentes e jovens, em parte devido ao aumento das pressões sociais, ao isolamento, e à pandemia de COVID-19.

Dados da Bahia e Feira de Santana

Na Bahia, o cenário não é muito diferente. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, o estado registra índices preocupantes de suicídio, com destaque para as capitais e grandes centros urbanos. Feira de Santana, a segunda maior cidade do estado, também enfrenta desafios. Durante a campanha Setembro Amarelo, a prefeitura intensifica seus esforços com ações de prevenção e cuidado, especialmente por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Essas iniciativas são voltadas tanto para o acompanhamento de pacientes com transtornos psíquicos graves quanto para a conscientização da população em geral.

Os CAPS em Feira de Santana desempenham um papel crucial ao oferecer apoio multidisciplinar, incluindo psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais. A cidade se destaca por promover o atendimento gratuito à população, buscando reduzir as taxas de suicídio por meio da educação e do acolhimento.

A importância da prevenção e onde buscar ajuda

O suicídio é muitas vezes chamado de "epidemia silenciosa" justamente por seu caráter inesperado e discreto. Muitos casos ocorrem sem que familiares e amigos percebam os sinais, o que agrava ainda mais a situação. Isso aconteceu recentemente com a amiga de uma sobrinha minha, de 32 anos, que, infelizmente, tirou a própria vida. Para quem convivia com ela, não havia sinais claros de que algo tão grave estava acontecendo. Esse silêncio, comum em muitas histórias, evidencia o quão complexo é identificar as pistas do sofrimento alheio. A pressão social e o medo do julgamento podem fazer com que as pessoas escondam sua dor, dificultando que aqueles ao redor intervenham a tempo. Falar sobre o tema abertamente e oferecer um espaço de acolhimento é essencial para reduzir os estigmas e aumentar as chances de prevenção.

Falar sobre suicídio é fundamental para quebrar o ciclo de silêncio que muitas vezes impede que as pessoas busquem ajuda. A campanha Setembro Amarelo incentiva a procura por apoio emocional em instituições como o CVV, que oferece atendimento gratuito e sigiloso por meio do telefone 188, e também via chat online.

A prevenção passa pelo reconhecimento de sinais de alerta, como mudanças bruscas de comportamento, isolamento e expressões de desespero. A principal mensagem da campanha é: "Se precisar, peça ajuda". Isso reforça que, com o suporte correto, é possível salvar vidas e prevenir tragédias.

Para mais informações sobre a campanha e onde buscar ajuda, você pode acessar o site oficial do Setembro Amarelo https://setembroamarelo.org.br/